top of page

Discurso Profeta Maurício Artur Berger

Sorte e Azar

 

Você já se perguntou por que na vida algumas pessoas parecem ter mais sorte do que outras?


Diferente do que muitos pensam, sorte e azar andam de mãos dadas mediante a relação que temos com Deus.


Na bíblia, especificamente em Provérbios 16:33, lemos:

"A sorte é lançada no colo de todos os homens; mas toda decisão sobre ela procede do Senhor"

Mas se é assim, se toda a decisão sobre a boa sorte estão de fato nas mãos de Deus, a pergunta que não quer calar é: O que fazer para obter o seu favor? E com isso angariar a DÁDIVA DA GRAÇA DIVINA?


Primeiramente, temos que compreender de uma vez por todas, O QUE É A GRAÇA.


Bem - O vocábulo graça deriva do latim gratis e significa literalmente uma dádiva concebida por Deus ao homem de forma gratuita.


Em razão disso, quando falamos em graça divina, estamos a nos referir especificamente a um favor imerecido, que nós seres humanos obtemos como uma dádiva provinda da misericórdia do Pai.


É através de Sua graça que Deus nos concede a restauração de vidas, daquela vida que deve ser vivida com abundância, assim como prometida por Jesus no texto de João capítulo 10, versículo 10 e, por fim, a salvação eterna de nossas almas. — E sim, essa dádiva é dirigida a todos os seres humanos por vontade única e exclusiva de Deus, GRATUITAMENTE, assim como consta no registro de 2 Néfi 25:23, que diz:


“Pois trabalhamos diligentemente para escrever, a fim de persuadir nossos filhos e também nossos irmãos a acreditarem em Cristo e a reconciliarem-se com Deus; pois sabemos que é pela “GRAÇA” que somos salvos, depois de tudo o que pudermos fazer.”

Notem que o texto em pauta diz: “é pela graça que somos salvos”, contudo, não podemos ignorar, como fazem os evangélicos em geral, que essa dádiva só é obtida por nós humanos “depois de tudo o que pudermos fazer em prol da Obra de Deus”. O que nos mostra de forma clara e inequívoca, que para termos o favor e a graça divina, ou seja, essa sorte que tanto almejamos na vida e que cabe a Deus dar gratuitamente a quem bem quiser, tem um meio pelo qual se pode obter.


Que meio é esse?


Ora, basta olharmos para as escrituras para perceber que Deus seleciona entre os seres humanos, aqueles que são seus favoritos, aqueles a quem Ele, o Todo Poderoso, lhes concede favor e lhes faz raiar a luz de sua face sobre todas as obras de suas mãos.


Sim, é isso mesmo que vocês ouviram e vos convido a prestarem ainda a mais detida atenção no que direi a partir de agora, pois, embora Deus tenha permitido que Satanás testasse Jó, as escrituras nos asseguram que por causa de sua retidão em cumprir a Sua vontade, foi que Deus concebeu uma cúpula de proteção em volta dele e lhe deu riquezas e glórias entre os homens como a nenhum outro que viveu em seu tempo. E, ainda que por um breve momento permitiu que satanás o testasse com todo e qualquer tipo de aflição, Deus o recompensou ainda mais por sua fidelidade, de forma que a Bíblia diz que ele recebeu dez vezes mais, além do que tinha perdido, ou em outras palavras, do que satanás lhe tinha tirado. — E, é exatamente isso que satanás faz, tira o que pode da gente. Pois assim está escrito: “O ladrão (satanás) vem apenas para roubar, matar e destruir.”


Mas tenham bom ânimo, neste mesmo contexto Jesus diz: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” - João 10:10


A realidade, portanto, é que Deus, embora não faça acepção de pessoas, assim como nos revelam as escrituras, tem sim, entre os seus filhos e filhas, aqueles que são seus favoritos e a Bíblia está repleta de relatos que demonstram esse favoritismo de Deus por aqueles que cumprem a sua vontade ao pé da letra.

Vemos isso na história de José, o qual passou de escravo a governante do Egito, de Ester, a plebeia que virou rainha, da viúva de Sarepta, a qual Deus lhe designou, mediante Eliseu, que não lhe faltasse alimento, mesmo em uma época de escassez em derredor de todas as nações; de Sadraque, Mesaque e Abednego, quando por obediência aos mandamentos de Deus, se negaram a curvar os joelhos diante de um ídolo feito por mãos humanas, e estando cientes da consequência desse ato, se submeteram a morte em uma fornalha de fogo para jamais se sujeitar a uma falsa adoração, motivo pelo qual, Jeová, o Deus que habita o mais alto e imaculado berço dos céus, interveio a seu favor, porquanto nem mesmo um fio de seus cabelos ficou chamuscado com o fogo abrasador, o qual, por ser tão intenso, granjeou a vida dos soldados de Babilônia que lhes empurraram para dentro da fornalha. De Daniel, cuja trajetória sob o jugo de Babilônia, fora atirado na cova das feras, ao passo que fora livrado a vista de todos da boca de leões famintos e tantos outros que são inumeráveis para ser mensurados nos dedos das mãos.


Contudo, não há como negar, havia algo em comum, uma graça divina, uma boa sorte a acompanhar a vida desses homens e mulheres do passado, cujos líderes religiosos nos dias de hoje se abstém de falar nos púlpitos de suas igrejas, porque isso depreciaria sua posição postulada sobre o rebanho.


O fato é que, assim como se deu a esses humildes servos a quem Deus favoreceu no passado, sendo Deus o mesmo ontem, hoje e para sempre, favorece ainda no aqueles que o servem no presente, e fará o mesmo com aqueles que assim procederão no futuro e, embora a maioria deles tenham sido pobres em algum momento quando se aproximaram de Deus no início de suas trajetórias espirituais, todos eles, mais cedo ou tarde, se tornaram, não somente pessoas bem sucedidas, mas também reconhecidas e respeitadas, quais colunas de amparo nos meandros da sociedade em que viveram.


Alguém, contudo, dirá: – Mas com Jesus e seus discípulos pescadores não era bem assim!

Não mesmo?

– Jesus não era conhecido como “o carpinteiro”?

Ora, a carpintaria era nos dias de Jesus uma profissão nobre e de altos rendimentos.

Mas alguém dirá: Jesus não trabalhava, ele só pregava.

Será mesmo?


A Bíblia menciona que no sábado ele saia para pregar nas sinagogas, no templo e nas escarpadas pradarias. Foi em dias sabáticos que ele efetuou suas curas e inclusive a maioria de seus milagres registrados, mas em hipótese alguma, aparece ele fazendo isso na segunda, ou em qualquer outro dia da semana. – Por que será?


Não seria pelo motivo ao qual ele era conhecido como “o carpinteiro” e, consequentemente era esse, de fato, seu ofício durante a semana?


Embora isso seja apenas uma suposição, cabe avaliarmos aqueles a quem ele chamou para apóstolos, como Pedro, Tiago e João, que a bíblia menciona serem filhos de Zebedeu, os quais, eram sem dúvida alguma empresários bem-sucedidos da indústria pesqueira no meridiano dos tempos, porquanto o texto de Marcos 1:20 menciona que eles deixaram imediatamente seu pai com os empregados.


Ora pois, é lógico concluir que se eles tinham empregados, então tinham uma empresa. – Não é mesmo?


Já em relação a Mateus, o registro bíblico menciona que ele era cobrador de impostos – nobre ofício entre os funcionários públicos das províncias de Roma, daí a palavra publicanos, porquanto tinham salários extremamente elevados em comparação ao povo comum, mediante comissões obtidas do dinheiro arrecadado das coletorias do povo e de taxas alfandegárias da região.


Por fim, sobre Bartolomeu, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Judas o Tadeu, Simão Zelote e Judas Iscariotes, nada se sabe sobre suas profissões. Também sobre Matias, o substituto de Judas não há qualquer informação sobre sua ocupação profissional, mas ao considerar que Paulo, o qual também fora designado pelo Cristo, já ressurreto, ao cargo de apóstolo para aos gentios, é dito que a ocupação que ele costumava exercer para se sustentar durante seu ministério itinerante entre as nações, era a fabricação de tendas (Atos 18:3), o que geralmente incluía a obtenção de um bom rendimento.


Além desses, temos o relato da profissão do evangelista Lucas no Novo Testamento, o qual era médico, o que demonstra que era costume entre os discípulos de Cristo na igreja do primeiro século, que seus seguidores fossem sim, homens e mulheres bem sucedidos e de percepção intelectual nobre para compreenderem que um dos requisitos de Deus ao seu povo, é o desenvolvimento da prosperidade e autossuficiência entre eles através do trabalho sem ociosidade.


Por essas e outras razões, eu afirmo que Deus, embora não faça acepção de pessoas, tem sim seus favoritos dentre aqueles que o servem. Motivo pelo qual a Bíblia diz na carta de Paulo aos Romanos 9:13-18 que “Ele, Deus, amou mais a Jacó do que a Esaú”.


— Mas porque Deus, o Pai de ternas misericórdias, amou mais a um dentre os filhos gêmeos de Isaque, a ponto de desprezar o outro?


A resposta a esta pergunta podemos encontrar na história de ambos. — Esaú era o primogênito, ou seja, aquele que, sob promessa patriarcal deveria herdar todas as bençãos angariadas por seu Pai Isaque, incluindo o cargo de líder da nação eleita de seus dias e, consequentemente a presidência do sacerdócio entre os filhos dos homens.


Contudo, o relato Bíblico revela que o mesmo não estava disposto a viver a altura de tal dádiva, não estando inserido inteiramente no contexto ao qual Deus lhe chamou, de formas que ele tratava com certa leviandade suas atribuições como primogênito e que não estava disposto a se sujeitar em todas as coisas sob o comando de Deus, através de seu profeta, Isaque.


Jacó, por sua vez, o irmão mais novo, almejava tanto estar comprometido, inteiro por assim dizer — de corpo, alma, mente e coração na Obra Deus, que não mediu esforços para obter a primogenitura que, por direito pertencia ao seu irmão mais velho.


Em decorrência dessa obstinação de Jacó, em querer obter uma dádiva divina que não lhe pertencia, mas que seu irmão menosprezava, lemos que em certa ocasião, apenas com o intuito de mostrar à Deus que seu irmão não dava valor algum ao que para ele era de extrema importância, foi que ele fez um cozido com carne de cordeiro, o qual o irmão gostava muito e, após chegar seu irmão, Esaú, de uma caçada, cansado e com fome, Jacó o induziu a trocar sua primogenitura por um bocado daquele cozido.


Talvez Esaú, sem pensar que Deus se importasse tanto com isso, tenha dito: ok! pensando ele que isso era apenas da boca para fora e que tal dadiva jamais lhe seria tirada por causa de uma afirmação tão tola como aquela. — Mas à vista de Deus, tal atitude mostrava desrespeito e desprezo a um arranjo divino.


Além disso, Jacó persistiu em importunar a Deus com suas manobras a fim de obter Dele o seu favor, a sua dádiva de boa sorte, mediante sua Graça, de forma que ele, após ter enganado Esaú, por almejar o favor de Deus, acima do direito que pertencia a seu irmão Esaú, Jacó, fugiu para salvar a própria vida, carregando um cajado na mão e um pouco de azeite, enfrentando uma distância de cerca de 800 quilômetros até Harã, onde vivia Labão, seu tio e que levaria aproximadamente dois meses para percorrer toda aquela distância.


Certo dia, em meio a essa trajetória desértica, passando ele por uma cidade que se chamava Luz, parou para pernoitar. Foi então, neste local divinamente selecionado, que ele teve uma experiência extraordinária enquanto dormia com a sua cabeça em uma pedra. Ele sonhou que havia naquele lugar uma “escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela”


No decurso daquela noite ele se engalfinhou com um anjo do Senhor, uma batalha entre um ser mortal e um ser imortal, na qual ele entra como Jacó, um homem fracassado, que perdera tudo, família, posses, bens materiais e a própria dignidade em fuga no deserto, e sai dela sendo Israel, um vencedor a quem Deus diz: “Não temas, ó Jacó, porque Eu, O Senhor teu Deus Sou contigo e serás conhecido a partir de agora pelo nome de Israel! E Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, Eu muito te amei... Razão pela qual trarei a tua descendência desde o Oriente e te ajuntarei desde o Ocidente. Ordenarei ao Norte: “Dá!”; e ao Sul: “Não retenhas!” Trazei, portanto, meus filhos distantes, e todas as minhas filhas das extremidades da Terra para se ajuntar a ti neste lugar.”


Na manhã seguinte, Jacó pegou a pedra que havia usado como travesseiro, colocou-a em pé como coluna e tomando o azeite que possuía, derramou sobre aquela pedra, declarando que aquele lugar era a Casa do Senhor (Gênesis 28.18).


A partir deste momento ele faz então um voto dizendo:

"Se tu, ó Deus, estiver comigo, e cuidar de mim nesta via­gem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o ­Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário; e de tudo o que me deres a partir de agora, certamente te darei o dízimo para a construção de um templo dedicado a Ti, neste lugar – ao qual chamou de Betel, que significa a casa de Deus." (Gênesis 28.20 – 22)

A jornada que Jacó trilhara até aquele lugar e momento, embora tivesse sido muito longa e desanimadora, não permitiu a ele desistir de estar inteiro em cada ação na presença de Deus ou diminuir de alguma forma o compromisso que fizera com o Altíssimo, por isso ele faz um voto antes de sair daquele lugar, prometendo devolver dez por cento de tudo o que suas mãos produzisse a partir de então para o crescimento da Obra do Pai entre os filhos de adão, por cuja jornada que prosseguiria ao sair dali, agora, porém, de cabeça erguida por tudo que ouvira naquele lugar, e que, apesar dos percalços que sofrera, Deus o abençoou grandemente em tudo que fez, trazendo prosperidade e abundância para toda sua vida.


Então, após ficar muito rico, Jacó retorna com sua família e servos ao ponto de partida, naquele lugar onde Deus havia se revelado a ele, com a finalidade de pagar o voto que fizera em seu coração. É quando Deus lhe aparece novamente e lhe abençoa ainda mais, dizendo que seu nome seria conhecido por todas as nações e por todas as gerações até a consumação dos séculos na parte final da plenitude dos tempos, simplesmente porque Jacó, agora conhecido por Israel, cumpriu seus votos em devolver o dizimo de tudo que suas mãos produziu ao longo de sua vida, ao Senhor.


Certamente depois disso, assim como atestam as escrituras, o Senhor passou a mostrar favor a um e a menosprezar o outro, de forma que Deus disse, “Amei a Jacó e desprezei a Esaú”.


Mas atenção, não se escandalizem com isso, pois diferente do que parece, a palavra desprezar no contexto das escrituras, não significa que Deus rejeitou a Esaú como filho, mas apenas o entregou ao acaso da vida, sem mais o favorecer com Sua Graça Divina, como doravante fez com seu irmão, tomando decisões favoráveis sobre toda sorte que caía sobre o colo de Jacó, assim como transcrito no texto de Provérbios 16:33 que lemos nos inicio dessa mensagem, de que "a sorte é lançada no colo de todos os homens; mas toda decisão sobre ela procede do Senhor"


Percebem agora o que é preciso para se obter a boa sorte que provém de Deus?


Tudo começa com o desejo incomensurável de fazer a sua vontade, custe o que custar.


Além disso, como a obra de Deus não pode existir sem dinheiro, assim como descrito por Jesus no texto de Lucas 16:9, de que devemos “Fazer amigos por meio das riquezas injustas, para que, quando essas nos faltarem, ele nos receba nas moradas eternas”, fica evidente que Deus, não somente se alegra com pessoas que, assim como Jacó, se comprometem em pagar os dízimos ao Senhor, mas que suas bençãos estão condicionadas a obediência a esta lei descrita em Malaquias 3:10 que diz:


“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, o armazém do Bispo, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim a este respeito, diz o Senhor dos Exércitos, para ver por si mesmo se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.”

E o texto termina no versículo 18 dizendo ainda, que todos verão a diferença entre aquele que o serve, ou seja, que assim como Jacó se comprometem em devolver seus dízimos ao Bispo de sua igreja, em relação aqueles que não o serve.


Dessa forma a Bíblia menciona que é Jeová quem nos faz enriquecer e que sem ele, estamos a mercê do acaso e das mazelas da vida. – De fato, é tão importante termos a Deus em como prioridade de nossas vidas neste quesito do dízimo, que as escrituras mencionam as primícias dos frutos que eram destinados a Deus.


Por fim, quero lembrar-lhes o que nos diz o Salmos 1: 1-3:

“Bem-aventurado é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. E ele será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará."

No final é você quem escolhe!

É você que escolhe o nível de intimidade que terá com Deus.

É você quem escolhe, assim como Jacó, ter a sorte de sua vida nas mãos do Senhor ou, assim como Esaú, se deixar levar sem compromisso algum com sua obra entre os filhos dos homens, sendo entregue ao acaso da vida, sem jamais ser favorecido por Deus com Sua Graça Divina. Amém!

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page